É bom receber mensagens de aniversário, mesmo que seja de vez em quando. Desejo de um ano melhor? Mais grana, mulher e putaria? Mais saúde ou juízo? Em todo caso, as intenções são, geralmente, boas, mesmo quando se trata de humor negro; até eu já mandei algumas, pelo Orkut, felicitando o aniversariante por MENOS um ano de vida. Com efeito, uma das funções do aniversário é essa: lembrar que ganhamos um ano no cartório e perdemos um pros vermes, ladrões de tumba ou dragões de Komodo. A diferença óbvia é que ficamos sabendo quantos anos ganhamos, e não quantos ainda restam pra perder.
Ainda assim, eu tenho lá meus receios de mandar mensagens de aniversário. Primeiro, porque a coisa tem um aspecto enjoadamente formal, que não se perdeu nem mesmo com as redes sociais. Lógico que nem todo mundo recebe mensagens de todo mundo (de seus contatos, melhor dizendo), mas pelo menos se gosta quando se recebe uma mensagem inesperada (e quando se recebe uma resposta de sincera gratidão), não é verdade? O problema é que formalismos sociais, como as regras de etiqueta, são coisas para as quais ninguém liga, ou por não ver utilidade ou por não se achar digno de seguir. No fim das contas, muitas vezes acabamos por mandar mensagens a pulso (1).
O outro motivo pelo qual não me sinto quase nunca confortável em felicitar alguém por mais ou menos um ano de vida diz respeito à linguagem - e, no que me diz respeito, no uso que eu mesmo faço dela. Sabe Roberto Carlos? É piegas? É, mas é verdade. Gosto muito dos amigos que tenho. Só que a criatividade em elaborar uma mensagem digna de cada um deles acaba no mesmo instante em que decido escrever. Me sinto muito mais à vontade comemorando o aniversário com eles, comendo, bebendo e conversando merda; sou mais espontâneo, menos ensaiado e previsível em tais ocasiões. Inversamente, às vezes chego a imaginar se não seria um pleonasmo de minha parte soltar um "feliz aniversário, que Deus te abençoe e que tenha mais um ano pleno de saúde, alegrias e conquistas" - e tanto mais pleonasmo quanto mais próximo estou deles, quanto mais intimidade compartilhada...
(1) 14 anos morando em Natal não me fizeram perder - completamente - o sotaque soteropolitano original. "A pulso" quer dizer "à força", "feito de qualquer jeito".
Ainda assim, eu tenho lá meus receios de mandar mensagens de aniversário. Primeiro, porque a coisa tem um aspecto enjoadamente formal, que não se perdeu nem mesmo com as redes sociais. Lógico que nem todo mundo recebe mensagens de todo mundo (de seus contatos, melhor dizendo), mas pelo menos se gosta quando se recebe uma mensagem inesperada (e quando se recebe uma resposta de sincera gratidão), não é verdade? O problema é que formalismos sociais, como as regras de etiqueta, são coisas para as quais ninguém liga, ou por não ver utilidade ou por não se achar digno de seguir. No fim das contas, muitas vezes acabamos por mandar mensagens a pulso (1).
O outro motivo pelo qual não me sinto quase nunca confortável em felicitar alguém por mais ou menos um ano de vida diz respeito à linguagem - e, no que me diz respeito, no uso que eu mesmo faço dela. Sabe Roberto Carlos? É piegas? É, mas é verdade. Gosto muito dos amigos que tenho. Só que a criatividade em elaborar uma mensagem digna de cada um deles acaba no mesmo instante em que decido escrever. Me sinto muito mais à vontade comemorando o aniversário com eles, comendo, bebendo e conversando merda; sou mais espontâneo, menos ensaiado e previsível em tais ocasiões. Inversamente, às vezes chego a imaginar se não seria um pleonasmo de minha parte soltar um "feliz aniversário, que Deus te abençoe e que tenha mais um ano pleno de saúde, alegrias e conquistas" - e tanto mais pleonasmo quanto mais próximo estou deles, quanto mais intimidade compartilhada...
(1) 14 anos morando em Natal não me fizeram perder - completamente - o sotaque soteropolitano original. "A pulso" quer dizer "à força", "feito de qualquer jeito".
2 comentários:
Felicitar o outro com uns parabens, feliz aniversário e todas essas coisinhas que só se diz uma vez no ano..é só uma forma burocrática de dizer que, de uma certa forma, seu dia foi lembrado. E isso de existir dia de cada um é só uma convenção. Agora quem lembra do niver do outro porque viu no Orkut é um tremendo filhodaputagem...rsrsrs
No dia do meu aniversário, pouquissimas pessoas me deram os parabens.. o restante dos conhecidos até hoje não sabem quando encerro mais um ano de minha vida ou ganho..sei lá.
E desejar sucesso e felicidades deveria ser algo a ser feito sempre que desse vontade e por amor e carinho ao outro..mas nossa realidade é outra, né Lazo's?
Saudades de vc, que agora escreve uma vez no mês e olhe lá..rsrs
Beijão!
Ainda não comemoramos o nosso aniversário rsrrsrsrs
Postar um comentário